quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Coração de...ferro????

Hoje foi noticia no Jornal "PÚBLICO" isto:


Novo coração artificial bate quase como um verdadeiro


29.10.2008, Clara Barata


É o aparelho mais parecido com um músculo cardíaco humano alguma vez desenvolvido pela tecnologia, diz equipa de Paris que o inventou
Um dia, talvez, reparar um coração que começa a falhar pode ser tão simples como... ir ao dentista e desvitalizar um dente, vá lá. O caminho a percorrer ainda é longo, mas uma empresa francesa apresentou um coração artificial que se pode contrair e bater no peito como um coração natural - e que talvez possa mesmo ser implantado dentro de dois ou três anos em pessoas com necessidade de um transplante cardíaco.O aparelho desenvolvido pela equipa do cientista francês Alain Carpentier tem a forma de um coração e usa sensores electrónicos para controlar o ritmo dos batimentos cardíacos e o fluxo sanguíneo. Aproxima-se bastante da forma de funcionamento dum coração humano e pretende ser um implante permanente e não temporário.A capacidade de controlar a corrente da circulação sanguínea de uma forma semelhante à do músculo que nos bate no peito é o seu maior trunfo, disse Carpentier, director do Laboratório de Estudo de Transplantes e Próteses Cardíacas do Hospital George Pompidou (Paris), citado pelo jornal Le Figaro.Para tornar este coração artificial mais semelhante ao natural, são usados materiais fabricados "a partir de tecidos animais tratados quimicamente para evitar a rejeição do sistema imunitário", disse o investigador, citado pela agência noticiosa AFP. Esses materiais foram desenvolvidos por Carpentier há cerca de três décadas, para fazer válvulas cardíacas - e esse feito valeu-lhe o Prémio Lasker de investigação médica de 2007. Estes prémios americanos são muitas vezes uma antecâmara para a distinção com o Nobel.Há mais de uma década que a equipa de Carpentier - e a empresa que fundou, a Camart - está a trabalhar neste coração artificial, com a colaboração do grupo do sector aeronáutico europeu EADS, que fabrica os aviões Airbus, por exemplo. Dentro de dois anos e meio, lá para 2011, poder-se-ão realizar os primeiros ensaios clínicos em humanos, disse o cientista. "Passados 15 anos, estamos a passar da investigação básica a aplicações concretas", disse Carpentier, citado pelo jornal britânico The Guardian.Por ora, apenas foram feitos testes em animais, como vitelos e ovelhas. "Se mostrarmos o electrocardiograma a um cirurgião cardíaco, ele dirá que corresponde a um coração humano. Mas não, não é", comentou o investigador. Adequação ao pacienteO coração, que funcionará a pilhas, como os pace-makers, tem dois conjuntos de motores e bombas, um para cada ventrículo. Tem sensores que ajustarão o ritmo de batimentos cardíacos à actividade do paciente - se estiver sentado ou a caminhar, por exemplo. Esses sensores - desenvolvidos a partir da mais recente investigação na EADS para equipar mísseis, diz o Le Figaro - devem permitir ultrapassar alguns dos problemas mais comuns dos ensaios de corações artificiais, como a formação de coágulos que podem entupir a circulação sanguínea.Não faltam projectos em todo o mundo para desenvolver um coração artificial (ver caixa). Este distingue-se por estar entre os que dão bons resultados em animais e podem passar à fase seguinte: o pedido de autorização para fazer ensaios em seres humanos, que é o que a empresa de Carpentier vai fazer agora. Os pontos a favor do coração artificial de Carpentier são o facto de ser totalmente implantável no paciente, sem restarem fios nem outras engenhocas que fiquem por fora do corpo, como outros modelos mais antigos, para serem recarregados de electricidade. Outros corações pneumáticos até agora inventados são encarados como soluções de transição, enquanto um paciente aguarda por um transplante de coração.


Qualquer dia o ser humano duplica o sua esperança média de vida... questão diferente é saber se a sociedade está adaptada a uma mudança tão repentina na Natureza!!??!!

É que a esperança média de vida tem vindo a aumentar (pelo menos nos países desenvolvidos) de forma lenta e sustentada por medicamentos e melhorias ao nivel da alimentação... agora com um coração novo espera-se aumentar exponencialmente a média de vida humana... Lá se vai o equilibrio das contas da Segurança Social outra vez... ou será que se aumenta a idade da reforma para os 80 aninhos??

Sem comentários: